1. Como eleger a solução mais adequada para armazenagem?

Apesar de na atualidade existirem centenas de materiais ensinando como escolher uma solução mais adequada para um determinado armazém, o fato é que não existem regras fixas que possam guiar os gestores nesta importante tarefa. Existem inúmeros fatores que podem influenciar nesta decisão, tais como o tipo de produto, o espaço disponível, os equipamentos de armazenagem, a capacidade de investimento da empresa, o pessoal envolvido, entre tantos outros.

Neste cenário, é importante que o gestor domine as técnicas de armazenagem para realizar os investimentos certos. Afinal, cada solução de armazenagem requer um tipo de estrutura e equipamento de movimentação diferentes. Há casos em que o responsável pela empresa adquire estantes que não são adequadas ao espaço do armazém, e empilhadeiras com grandes dimensões que dificultam o fluxo de movimentação no local. Isto não só diminui a eficiência logística, como também gera prejuízos financeiros em curto e longo prazo.

Daí a importância do gestor contar com uma consultoria especializada na gestão de cadeia de abastecimento para a elaboração de um processo logístico alinhado ao negócio de forma integrada. Assim, a empresa contará com uma solução adequada que atenda a todos os requisitos e condições do seu armazém. Neste capítulo, você conhecerá os critérios básicos que devem ser levados em conta na hora da escolha de uma solução, bem como os fatores que ditarão o sucesso de sua empreitada.

 

1.1    Os critérios básicos para a escolha de uma solução

Na hora de escolher a solução de armazenagem adequada para o seu negócio, considere os seguintes critérios:

1.1.1   A capacidade que a empresa deseja alcançar

Para que a empresa consiga uma maior capacidade de armazenagem, é importante que cada espaço da superfície do armazém abrigue a maior quantidade de mercadorias possível. Além disso, o espaço vertical também deve ser aproveitado, através de soluções que explorem a altura máxima da instalação ou com construção de armazéns altos que utilizam a automação. Separamos algumas soluções abaixo:

Porta paletes

 O porta palete é um sistema universal que se adapta a qualquer espaço e mercadoria, permitindo o acesso direto a cada pallet. Neste caso, a distribuição e altura das estantes são determinadas com base nas dimensões do armazém, nos elementos de armazenagem e nas características das empilhadeiras.

Compacta (drive-in)

A solução compacta elimina os corredores entre as estantes e utiliza ao máximo o espaço disponível, tanto em superfície como em altura. Esta estante é mais adequada para mercadorias com baixa rotação e grande quantidade de pallets por referência. A compacta também permite um controle mais rígido sobre as entradas e saídas.

Estantes paletização Movirack

 Assim como a compacta, a estante de paletização Movirack aproveita bem o espaço e elimina os corredores de acesso individuais. Porém, esta solução permite que as empilhadeiras tenham acesso direto aos pallets, já que as estantes ficam posicionadas sobre bases móveis guiadas que se deslocam lateralmente – sendo ideais para câmaras frigoríficas.

Estantes paletização Push-back

 Estas estantes permitem o armazenamento por acumulação, em que até quatro pallets em profundidade podem ser armazenados em cada nível. Nelas, os pallets de um mesmo nível são postos sobre um conjunto de carros que, a partir de um empurro, se deslocam sobre os carros de rodagem. Assim, as empilhadeiras não precisam manobrar nas ruas de armazenagem.

Dinâmica

 As estantes dinâmicas possuem plataformas de roletes, que são inclinadas e permitem o deslizamento dos pallets por gravidade e velocidade controlada. Além de aproveitarem bem o espaço do armazém, elas reduzem o tempo de manipulação dos pallets pela equipe. Esta solução é indicada para a armazenagem de produtos perecíveis ou com um fluxo contínuo.

Armazéns autoportantes

 Os armazéns autoportantes são obras que fazem parte da construção do edifício, juntamente com as laterais e a cobertura. Esta solução de armazenagem aproveita bastante a superfície e sua altura é limitada apenas pela capacidade de elevação das empilhadeiras ou transelevadores. Eles são indicados para a armazenagem de mercadorias de diversos tipos.

1.1.2   A agilidade das operações no armazém

Para que a empresa entregue seus produtos dentro dos padrões exigidos pelos clientes, e na rapidez necessária, os processos logísticos ocorridos dentro do seu armazém precisam ocorrer no menor tempo possível. E para calcular o tempo em que cada tarefa é executada, o gestor precisa verificar o tempo que é necessário para percorrer a distância que separa o ponto de início da posição do produto e somar o resultado ao tempo em que é necessário para retornar. Dessa forma, ele poderá verificar se as operações estão rápidas ou lentas.

Além disso, o gestor poderá escolher a solução de armazenagem mais adequada para o seu armazém com base no tempo de agilidade das operações. Nas soluções citadas anteriormente, verifica-se que as variedades mais ágeis são as de estantes dinâmicas, que permitem o deslizamento dos pallets por gravidade e aceleram drasticamente as operações, e os armazéns automáticos, que são mais rápidos. Outro fator que dita a agilidade das operações é a escolha dos equipamentos de movimentação. Veja alguns tipos abaixo:

Empilhadeiras elétricas

 A empilhadeira é um dos principais equipamentos de movimentação utilizado em armazéns. Ela não só agiliza as operações, como também garante total segurança aos operadores e funcionários durante o transporte de pallets. As elétricas possuem baterias potentes de tração, que podem trabalhar por oito horas seguidas sem quaisquer interrupções, não afetando o andamento das operações.

Empilhadeira a combustão

 Estas empilhadeiras possuem um motor a combustão interna que geram energia elétrica a partir de óleo Diesel ou gás GLP. Além de economizarem muita energia, as empilhadeiras a combustão são projetadas para transportar mercadorias com rapidez pelo armazém por diferentes distâncias, inclusive por pistas e pátios irregulares – fatores que dificultam bastante as operações e atrasam as atividades logísticas.

Empilhadeira selecionadora

 A empilhadeira selecionadora é equipada com uma plataforma operacional que se eleva e pode ser utilizada tanto como selecionadora em processos de picking como para empilhar e retirar produtos no estoque. Esta empilhadeira também pode operar em corredores estreitos e cheios de curvas, mantendo-se sempre na pista e adequando-se perfeitamente ao fluxo de trabalho do armazém.

Transpaleteira elétrica

 A transpaleteira elétrica pega a carga e a ergue acima do solo para transporte. Ela pode ser utilizada pelo operador para movimentar materiais em distâncias médias e longas e carregar ou descarregar caminhões. A transpaleteira também possui a capacidade de manobrar em espaços bastante reduzidos, dando maior agilidade às atividades logísticas principalmente em armazéns de pequeno porte.

Empilhadeira patolada

 A empilhadeira patolada é um ótimo equipamento de movimentação para quem deseja verticalizar a armazenagem de produtos em corredores estreitos. Ela possui a capacidade de colocar produtos em prateleiras na posição correta e carregar e descarregar mercadorias dos caminhões que chegam ao armazém.

1.1.3   Variedade e tipologia do produto

O terceiro critério refere-se à variedade e tipologia dos produtos, ou seja, se eles serão armazenados em caixas ou soltos, quais modalidades de consumo seguem, a quantidade de pallets necessária para armazena-los, entre muitos outros fatores. Se os produtos forem de alto consumo, por exemplo, as soluções de armazenagem indicadas as dinâmicas e os armazéns autoportantes. Mas caso sejam de médio consumo, os sistemas mais indicados são as estantes Push-back.

1.1.4   Custos de instalação e operação da solução

O último critério a ser considerado pelo gestor na hora da escolha de uma solução de armazenagem é o custo de sua instalação e operação. Recomenda-se que a solução escolhida tenha um preço competitivo e um ROI (Return on Investment ou, no português,Retorno sobre o Investimento) de curto prazo. Lembre-se de que o objetivo da adoção de uma solução é aumentar a eficiência da empresa em termos de logística e, assim, ajudá-la a satisfazer os seus clientes e ganhar vantagens competitivas no mercado.

1.2    Como escolher a solução de armazenagem mais adequada?

É inegável que existe um grande número de soluções no mercado, prontas para ajudarem as empresas até mesmo em suas necessidades mais específicas. Isso acaba tornando a tarefa de escolher uma solução adequada ainda mais complicada. Recomenda-se que o gestor, em um primeiro momento, identifique os fatores que impedem que o seu armazém tenha processos rápidos e eficazes. E, em seguida, verifique como uma determinada solução pode ajudar a empresa a atender às exigências do público e do mercado.

Estas estratégias poderão ajuda-lo a ter uma visão mais clara de sua empreitada. Mas ao fazer estas verificações, possivelmente o gestor encontrará várias soluções de armazenagem com finalidades que se complementam. Neste caso, ele pode unir estas soluções e desenvolver instalações únicas adaptadas, de acordo com as necessidades do armazém. E se ele desejar fazer escolhas mais assertivas, recomenda-se a contratação de uma consultoria especializada em armazenagem, que certamente o ajudará a encontrar soluções que realmente melhorem a eficácia do seu armazém e sanem seus maiores problemas.

 

2. Como fazer a preparação dos pedidos?

A atividade de preparação de pedido, também conhecida como ‘picking’, consiste na coleta de produtos unitários no armazém para que eles sejam enviados aos clientes. O picking pode ser realizado de muitas maneiras, desde as mais simples, em que um operador percorre o armazém coletando todas as mercadorias, até as mais sofisticadas, em que uma solução automatizada recolhe os produtos e prepara os pedidos. Abaixo, falaremos mais sobre como sua empresa pode tornar mais eficaz este importante processo:

2.1    Tornando o processo de picking mais eficaz

Picking M7 (Rack Manual)

 As estantes Picking M7 são projetadas para armazéns onde a mercadoria é depositada e retirada de forma manual, seguindo o princípio ‘homem ao produto’. Elas são indicadas para o armazenamento de produtos volumosos ou pesados e podem ser acessadas por transelevadores, empilhadeiras recolhe-pedidos ou passarelas colocadas entre as estantes. Também é possível construir estantes Picking M7 de até vinte metros de altura.

Estantes picking dinâmico

 Estas estantes são compostas por plataformas inclinadas de roletes e rodízios, que permitem que as mercadorias deslizem por si próprias por meio da gravidade até o extremo contrário. Elas são indicadas para aquelas empresas que querem aumenta a rapidez na preparação dos pedidos e evitar interferências nos processos de reposição e recolhimento dos produtos.

Podem ser utilizadas tanto para a armazenagem de produtos de grande consumo como os de pequeno.

Corredor elevado

 O corredor elevado é uma ótima solução de armazenagem para mercadorias médias e leves, já que ele possibilita o máximo aproveitamento da altura do armazém com apenas um corredor – ou vários em altura – apoiados nas próprias estantes. O acesso aos níveis se dá através de escadas, que são posicionadas em locais adequados. Elas também permitem a instalação de elevadores de carga, que torna o processo de picking mais rápido.

Estantes sem parafusos Metal Point

 As estantes Metal Point são econômicas e versáteis e facilitam bastante o processo de picking em pequenos e grandes armazéns. Elas são adequadas para qualquer tipo de mercadoria que precise ser armazenada de forma segura e suas estruturas podem ser facilmente montadas. Mas, ao escolhê-la como uma solução de armazenagem, o gestor deve considerar o peso dos produtos, já que existe uma estante para cada tipo de carga.

Cantoneira perfurada

 Estas estantes são desmontáveis e permitem modificações, tanto em altura como em comprimento, adequando-se às atividades de picking de qualquer armazém. Outros elementos, como bases e mesas, também podem ser alterados e facilmente montados. Elas são soluções simples e econômicas indicadas para a armazenagem manual de cargas leves e relativamente pesadas.

Selecionadora Horizontal Elétrica

 A selecionadora horizontal possui um funcionamento semelhante à empilhadeira, porém, ela é mais indicada para a seleção de pedidos sobre pallets. Ela possibilita a seleção de mercadorias no primeiro e no segundo nível e opera com agilidade e eficiência em corredores estreitos. As selecionadoras, independentemente de seu porte, operam com grande agilidade em qualquer armazém e garantem uma alta produtividade.

2.2    Por que investir nestas soluções?

De acordo com Tompkins (1996), o picking consome cerca de 60% dos custos operacionais de um armazém, desde que este esteja mal planejado e não disponha de tecnologias que reduzam o número de falhas operacionais e melhorem o trabalho de toda a equipe. E dependendo do layout do armazém, 30 a 40% dos custos relacionados à mão de obra estão relacionados às atividades de picking. Por isso, ela é considerada, para os especialistas, uma das atividades mais críticas de um armazém.

E aliado aos custos, o tempo desta atividade influencia diretamente no ciclo de pedidos, isto é, no tempo entre a recepção de um pedido até a entrega correta dos produtos. Daí a importância das empresas investirem em soluções de armazenagem eficazes e adequadas para oferecem bons serviços de entrega aos clientes, reduzirem custos operacionais e ganharem vantagens competitivas no mercado. Hoje, grande parte das empresas já utiliza estas soluções para agregar valor aos seus produtos.

Mas vale lembrar que uma solução de preparação de pedidos só será rentável e trará resultados positivos para a organização se a redução de custos for justificada e o ROI indicado for ótimo. Muitas empresas costumam não realizar certos tipos de investimentos se não obtiverem um ROI satisfatório em um prazo inferior a três anos. Por isso, os responsáveis pela empresa devem realizar um estudo detalhado sobre cada solução de armazenagem disponível, bem como sobre cada estratégia que será aplicada.

2.3    Que estratégias podem ser utilizadas para melhorar o picking?

Independentemente do volume, tipo de estoque, necessidades do consumidor e tamanho do armazém, existem certas estratégias que se aplicam bem em qualquer atividade de picking. Listamos algumas delas a seguir:

Adoção de um sistema de gestão

 A primeira estratégia está relacionada à adoção de um SGA (Sistema de Gestão de Armazéns), que padroniza endereços para a localização de produtos e utiliza de tecnologias que aceleram a identificação de uma posição, reduzindo assim o tempo de procura de um produto e acelerando a atividade de separação de pedidos. Este sistema torna-se ainda mais eficaz com o uso de equipamentos de radiofrequência ou de picking to voice (picking por voz).

Preparação de produtos por remessas

 A contagem unitária de produtos aumenta drasticamente o tempo de separação de pedidos. Mas com a preparação de produtos por remessas, tal atividade pode ser evitada. Se o operador precisar separar mil unidades de um determinado produto, por exemplo, seu trabalho poderia ser facilitado se tal produto estivesse agrupado em embalagens de 100 unidades. Além disso, a preparação por remessas elimina os erros durante a separação.

Instalação de dispositivos de luz

 As estantes dinâmicas com pick to light, dispositivos de luz instalados para indicar as posições em que os produtos devem ser extraídos e em suas respectivas quantidades, podem diminuir o tempo que o operador leva para procurar cada mercadoria. Estes mesmos dispositivos também podem ser utilizados para indicar o local onde as unidades de cada pedido devem ser deixadas nas estantes.

Priorização de produtos com maior giro

 Na maioria dos armazéns, apenas um pequeno grupo de produtos correspondem a grande parte da movimentação. É a tão conhecida Lei de Pareto, em que 20% dos produtos representam 80% do total de movimentações. Daí a importância dos produtos com maior giro de estoque ficarem nas posições de melhor acesso para os operadores, reduzindo assim a distância entre eles e as mercadorias a serem coletadas no processo de picking.

Eliminação dos documentos em papel

 Os documentos em papel são responsáveis por tomar uma grande parcela do tempo dos operadores nas atividades de picking. Isso porque toda a informação deve ser lida e interpretada, o que leva tempo e resulta em erros. Hoje, existem inúmeras tecnologias que reduzem e até eliminam fluxo de papéis nos armazéns, através da implementação de leitores de código de barras e terminais de rádio frequência.

3. Como escolher armazéns para itens pequenos?

Quando o assunto é armazenagem de unidades de pouco peso ou pequenas dimensões, muitos gestores acham que qualquer armazém pode se adaptar à estes itens. Afinal, eles são pequenos e ocupam pouco espaço. Mas o que muitos não sabem é que lidar com itens pequenos é um grande desafio, principalmente por causa da grande variedade de unidades para classificar e da necessidade de se obter um grande índice de rotatividade. A seguir, falaremos sobre os fatores que devem ser considerados na escolha do layout do armazém.

 

3.1    Os fatores que devem ser considerados para o layout do armazém

Abaixo, listamos alguns parâmetros de quem devem ser considerados pelos gestores para que obtenham um bom armazém de itens pequenos, que possua capacidade suficiente para atender as demandas atuais e futuras e permita o maior índice de rotatividade possível. Veja:

Capacidade para atender às demandas atuais e futuras

 Quando a economia do país sofre um crescimento significativo, o poder de compra da população também aumenta. Por isso, os gestores devem preocupar-se em aumentar a capacidade do armazém, torna-lo mais ágil e adaptá-lo à redução da quantidade de produtos que devem ser armazenados em um primeiro momento. Todos estes fatores relacionados à economia devem ser considerados pelos gestores na hora em que o layout do armazém estiver sendo projetado.

Adaptação do armazém a um crescimento repentino

 Quando a empresa já possui um armazém e deseja adapta-lo ao crescimento imprevisto da demanda, ela deve reprojetar o local utilizando técnicas modernas de armazenagem ou construir novas instalações com maior capacidade. A primeira opção pode não se adaptar bem à realidade de alguns armazéns, pois nem todos podem ser ampliados devido a diversos fatores relacionados à própria infraestrutura do local. Por isso, não há outra solução além da segunda opção. Abaixo, listamos algumas opções que podem ser consideradas pelo projetista:

 

• Instalação de armazéns supercompactos, que possuem uma altura considerável e corredores bastante estreitos. Neste caso, podem ser utilizados equipamentos de movimentação convencionais ou soluções de armazenagem semiautomáticas ou automáticas;
• Implantação de carrosséis horizontais ou armazéns verticais, que podem ser ampliados e

combinados conforme as necessidades futuras;

• Modificação de uma parte da instalação atual para a construção de um armazém autoportante.

Máximo índice de rotatividade possível

 O índice de rotatividade mede a frequência de saída dos produtos armazenados, relacionando a quantidade consumida com o estoque médio no armazém. Se ao longo do ano foram consumidas 100 unidades de uma mercadoria, então isto significa que o seu estoque médio foi de 25 unidades. Neste caso, o índice de rotatividade é 4. Em outras palavras, este produto foi renovado quatro vezes ao longo do ano. Vale lembrar que o índice de rotatividade de um armazém é muito variável.

Logo, não basta apenas atingir um índice adequado, já que cada mercadoria possui um número diferente de vezes em que foi renovada. Se existir um produto que tenha um índice de rotatividade de 0,01, então isso indica que algum erro está ocorrendo no armazém, já que está sendo armazenada uma grande quantidade deste produto sem que ele tenha saída. Isto não só prejudica a eficiência da equipe no armazém, como também ‘sacrifica’ o espaço que poderia estar sendo destinado a outras mercadorias.

Em outra situação, caso a empresa esteja obtendo bons índices para todas as mercadorias de preço baixo, mas não esteja tendo os mesmos resultados para as de preço alto, estão isso significa que o armazém também está sofrendo com impactos negativos que podem comprometer a sua eficiência. Neste sentido, é importante que os gestores foquem em obter um armazém equilibrado. Isto, sem dúvida, é muito mais importante que manter esforços para se obter um elevado índice médio de rotatividade.

3.2    Os princípios-chave para a instalação de armazéns para itens pequenos

Quando se trata de planejar um armazém para itens pequenos, existem dois princípios-chave, sendo que os gestores podem escolher apenas um ou ambos. Veja quais são eles:

O conceito do homem ao produto

O princípio do homem ao produto é o mais adotado na atualidade. Nesta modalidade, a movimentação dos produtos no armazém é realizada de forma manual pelo operador. Para extrair uma mercadoria, ele precisa se deslocar andando ou sobre uma máquina até o local onde ela estiver armazenada. Este princípio tem como vantagem o baixo custo de investimento. Abaixo, listamos as soluções de armazenagem que utilizam esta abordagem:

–  Estantes em um único andar

 Estas estantes possuem uma capacidade pequena de carga, não são altas e os corredores entre elas são pequenos, deixando uma passagem apenas para o operador e o equipamento de picking. No mercado, é possível encontrar soluções de armazenagem mais sofisticadas com gavetas de diferentes tamanhos e disposições que se adaptam a todos os tipos de produtos e às necessidades de cada armazém.

–  Estantes de vários andares

 Estas estantes seguem os mesmos princípios das anteriores. A diferença é que, ao invés de ser apenas um andar, são dois ou mais instalados um por cima do outro. Com esta solução de armazenagem, o tempo utilizado pela equipe para coletar ou depositar as mercadorias é reduzido drasticamente. E para que a alimentação dos andares superiores seja efetuada, podem ser utilizadas empilhadeiras ou elevadores de cargas.

–  Estantes móveis

 Com as estantes móveis, o número de corredores é reduzido a um único corredor. Por isso, ele ajuda a poupar uma grande quantidade de espaço no armazém e reduzir as distâncias percorridas pelos operadores e equipamentos. As soluções de estantes móveis são controladas por computador, permitindo que as aberturas e fechamentos do corretor possam ser programadas de acordo com as necessidades da empresa.

–  Armazéns com corredores estreitos

 Dentre todas as soluções que seguem o princípio do homem ao produto, os armazéns com corredores estreitos são os que apresentam os melhores índices quanto à utilização do chão do local, a capacidade de manipulação e ao custo de manipulação. Neste caso, os meios de movimentação utilizados são exclusivamente mecânicos, tais como selecionadora de pedidos para níveis altos, transelevadores manuais e empilhadeiras tipo torre.

–  Estantes dinâmica de picking

As estantes dinâmicas são as melhores soluções para processos de picking de mercadorias pequenas. Com elas, o número de corredores necessários é reduzido, assim como o percurso que cada operador deve realizar pela instalação, o que ajuda a melhorar o desempenho de toda a equipe. Além disso, estas estantes aproveitam mais a superfície do armazém do que as outras soluções que seguem o princípio do homem ao produto.

O conceito do produto ao homem

Este princípio, totalmente oposto aos fundamentos do homem ao produto, baseia-se na ideia de que a carga é quem deve se movimentar em direção à posição do operador. Isso é possível graças às unidades que são posicionadas próximas ao operador, para que ele tenha que se movimentar o mínimo possível e seu trabalho seja otimizado. Dessa forma, o tempo de inatividade que decorre durante o deslocamento de um produto para outra posição de colocação ou coleta são completamente eliminados.

As soluções de armazenagem que utilizam esta abordagem são o armazém vertical, os carrosséis horizontais e os transelevadores miniload. Por mais que os produtos cheguem ao operador de forma quase que totalmente automática, ele ainda precisa coloca-los em posição de maneira manual. Fora isso, a influência da mão de obra na manipulação das mercadorias é praticamente nula. As soluções que seguem o conceito do produto ao homem também podem elevar a capacidade do armazém, podendo ocupar toda a altura do local.

4.    Como fazer o cálculo do ROI da solução?

Após analisar detalhadamente todas as soluções de armazenagem e escolher a mais adequada para o seu armazém, o gestor deve verificar qual será o retorno do investimento. O cálculo do ROI consiste, basicamente, em deduzir o tempo aproximado que levará para o negócio recuperar o investimento inicial para a compra da solução. Para realiza-lo, é necessário considerar todos os custos relacionados ao investimento, além dos custos operacionais e os ganhos de serviço, controle e imagem que a empresa obterá após adquirir a solução.

O quadro simples do ROI é elaborado a partir da soma total do que a solução consume a cada ano de forma acumulativa. Assim, é possível deduzir a solução mais vantajosa para a empresa no âmbito econômico. Vale lembrar que o custo da solução de armazenagem é somado apenas uma vez (no primeiro ano), enquanto o gasto com pessoal é somado anualmente. Em um armazém convencional com empilhadeiras elevatórias, por exemplo, os gestores devem calcular os custos com obra civil, empilhadeiras, estantes e pessoal logo no primeiro ano.

Nos anos seguintes, devem ser considerados apenas os gastos com os funcionários responsáveis por manusear as soluções. No caso daquelas que seguem o conceito produto ao homem, os custos com pessoal talvez possam ser reduzidos, impactando diretamente o

ROI. Na maioria das vezes, este cálculo pode ser efetuado pelo gerente de logística ou pelo próprio proprietário do armazém. Mas em casos mais complexos, o gestor precisa contar com a ajuda de uma consultoria especializada.

Conclusão

Neste material, você pôde observar que os processos de armazenamento são críticos para qualquer empresa. Daí a importância da adoção de equipamentos de movimentação e soluções de armazenagem para a eliminação de grande parte das tarefas manuais e exaustivas desempenhadas pela equipe. Elas não só ajudam a aumentar a eficiência dos processos logísticos, como também reduzem o prazo que um produto leva para ser entregue ao cliente e fazem com que a organização ganhe vantagens competitivas no mercado.

Mas a escolha de uma solução de armazenagem adequada, que atenda a todos os requisitos e condições do seu armazém, nem sempre é uma tarefa fácil. Por isso, recomenda-se que o gestor conte com uma consultoria logística que tenha anos de experiência na área de armazenagem, para que assim ela possa guia-lo no processo de escolha da solução mais adequada à realidade da sua empresa e do seu armazém. Uma consultoria especializada, sem dúvida, ditará o sucesso de sua empreitada e trará um diferencial positivo para o negócio.

Desejamos sucesso em seus negócios! E se você está em busca de um operador logístico com anos de experiência na área de armazenagem? Então aproveite para entrar em contato conosco e solicitar um diagnóstico preciso e detalhado de sua operação!

Por Osmar Vinci Filho